Olá
amigos, sejam bem vindos!
Nesse
texto vamos analisar o violão elétrico Vegas com cordas de nylon,
da fabricante Tagima, empresa nacional que está no mercado desde a
década de 90, já conhecida pelo seu comércio de guitarras, mas que
de seis anos pra cá vem desenvolvendo instrumentos acústicos e
novos segmentos como amplificadores, baterias, contrabaixos,
microfones e outros.
Esse
violão possui tampo em madeira spruce, braço e corpo em natowood, a
expessura do corpo é de 9,8cm com abertura oval e cutway. Apresenta
duas versões de captação ativa. O modelo mais simples 7545R sem
afinador, vem com equalizador de quatro bandas para grave, médio,
agudo e presence, além dos botões para volume e checagem de
bateria. A segunda opção, o TEQ5, traz afinador cromático com
visor em led verde e botões power, pitch, mode e note, mais o
equalizador de cinco bandas para médio, grave, agudo, presence e
brilliance, esse último ressalta o som deixando o timbre mais aberto
e agudo.
Em
ambos equalizadores a duração da bateria de 9voltz é longa e
satisfatória, ou seja, será muito difícil vocês ficarem na mão
tocando com ele plugado, pois mesmo com pouca carga o som não perde
qualidade no volume e timbre.
O
braço é de escala em rosewood com marcação white dots (bolinhas),
tem acabamento com friso e 20 trastes, também possui tensor de
regulagem, sua largura na primeira casa é de 5cm, um pouco mais
estreito que os padrões regulares. As tarrachas são douradas com
acionadores perolados e seguram bem a afinação. O rastilho e o nut
são de material sintético.
Apresentado
em diversas cores, inclusive rosa, o acabamento do instrumento é
muito bom. O detalhe da abertura do corpo e seus frisos são bem
feitos, assim como o vernis e polimento. O ponto negativo é que o
fim do encaixe do braço na parte traseira do corpo também é da cor
do friso, tirando a estética da madeira. Outro ponto ruim é que o
detalhe em cima do cavalete, onde se amarram as cordas vem com um
adesivo que com pouco tempo de uso se descola.
No
geral seu som é limpo, claro e define bem cada nota, tanto nos solos
como acordes, porém muito baixo, comparado com violões de modelo
tradicional padrão ele fica para trás, mesmo usando cordas de alta
tensão. Plugado ele funciona bem e a equalização é bem
perceptível, no caso do modelo com afinador, este possui boa
precisão das notas. O único detalhe é que seu sistema de volume na
captação só funciona bem até a metade do ganho, caso passado
disto começam a aparecer microfonias e apitos.
Seu
braço é bem macio e se assemelha com as dimensões de um braço de
guitarra, é bem fino na primeira casa, para músicos eruditos, ou
quem toca choro e flamenco não é uma boa escolha, pois os dedos
esbarram muito nas cordas devido o curto espaço entre elas e isso
atrapalha muito o desenvolvimento das músicas, mas para aqueles que
gostam de tocar, pop, sertanejo ou rock acústico ele funciona bem,
inclusive com uso de power chords mesmo sendo com cordas de nylon da
pra se tocar tranquilo e até mesmo usar efeitos como reverb, chorus
e delay.
Na
parte da mão direita o espaço entre as cordas é confortável, dá
para tocar com palheta ou dedos perfeitamente. A altura das cordas no
braço é baixa e isso torna o instrumento mais macio.
Muitos
guitarristas que gostam de praticar seus exercícios em casa ou no
camarim podem adquirir o Vegas como uma nova opção, assim como
executar músicas com partes acústicas ao vivo. Por ter cordas de
nylon ele é mais leve e permite que usemos a afinação standard,
diferente dos violões com cordas de aço que em muitos casos são
afinados meio tom abaixo para facilitar a performance.
É
possível executar até mesmo bens e tappings, mas em ambos os casos
o instrumento deve estar plugado, quando desligado o som não sai
forte, no caso, se o músico esta sendo acompanhado por outras
pessoas ou até mesmo usando playback terá pouca definição com
essas técnicas. Com técnicas de hammer e pull off mesmo desplugado
o som aparece nítido.
No
geral o Vegas é leve e confortável, tanto para se tocar em pé como
sentado, ele não pesa muito. A abertura do cutway no corpo é bem
feita e como a décima segunda casa fica mais a frente do limite
entre braço e corpo é possível alcançar todas as casas da escala
com facilidade. Para os músicos que gostam de solar em notas mais
agudas com esse violão não haverá problema.
Este
instrumento pode ser uma boa pedida para guitarristas que querem
manter seu estilo usando cordas de nylon, mas ele também pode ser
indicado para estudantes e músicos amadores.
Seu
valor no mercado gira em torno de 400 Reais, um pouco abaixo da média
dos violões com essas configurações, em geral é encontrado com
mais frequência o modelo com afinador embutido. Pelo seu acabamento
e construção, além do timbre e boa empunhadura para tocar ele vale
seu preço.
Para
os textes com o instrumento desplugado foram usadas duas salas, uma
com e outra sem isolamento acústico, não houve diferença de timbre
ou volume em ambas as salas. Para as análises feitas com o Tagima
Vegas plugado foram usados dois amplificadores Laney, o modelo L20T
valvulado com reberb para guitarra e o LA30C com transistor para
violão.
O
som ficou bem mais aveludado e limpo, por motivos óbvios, no
amplificador para violão, no caso do amplificador valvulado para
guitarra o som saiu distorcido e com picos de frequências
principalmente nos ataques da palheta e acordes com seis cordas. Ou
seja, ele pode até ser usado em amplificadores de guitarra, só que
pra isso deve ser um amplificador transistorizado mesmo assim o som
não ficará 100%.
Para
as análises feitas com computador foi usado uma interface Fast Track
2 da M-Audio conectada num iMac com software Pro-Tools. Para gravar e
usar os efeitos do software o timbre do violão ficou bem neutro, nem
muito agudo nem muito grave, no caso para se obter uma boa sonoridade
em gravação com esse sistema será necessário o uso dos recursos
do Pro-Tools ou outro software.
O
último sistema usado para teste foi ligar emuma mesa de som da
Mackie modelo PRO FX8 de duas formas: a primeira plugando o
instrumento diretamente na mesa e a outra microfonando o mesmo usando
um SM57 da Shure, neste caso a segunda opção foi a melhor, pois
pegava o som da madeira e da sala ressaltando os harmônicos naturais
do instrumento.
Em
resumo o Tagima Vegas nylon é um bom violão, levando em conta seu
preço e os recursos que ele fornece. Em cada um dos seus aspéctos
ele funciona bem mas com um ou outro detalhe que poderia ser
aperfeiçoado, mesmo assim este instrumento é bem construído e pode
ser aproveitado de diferentes formas com resultados satisfatórios.
Segue o link pra vocês tirarem suas dúvidas!
http://www.youtube.com/watch?v=noud-WtAttY
Tiago Maciel
5 comentários:
Estava indeciso em comprar um violão pois estou aprendendo... muito obrigado pelas informações,já sei qual violão comprar!
Estou em dúvida entre o Tagima Vegas e o Ventura... o vegas me pareceu mais confortável de tocar...
Olá Tiago,
Primeiro, parabéns pelo post muito esclarecedor e instrutivo.
Tenho a mesma dúvida do alexandre(acima). Vegas ou Ventura? Eu já gostei um pouco mais do Ventura.
obrigado.
Olá. parabéns pelo review!!
Comprei esse violão, porém estou sentindo mesmo que ele é muito baixo quando desplugado. Irei trocar as cordas para alta tensão pra vê se melhora um pouco. Mesmo você dizendo que não melhora mas vou arriscar talvez uma hard tension, já que ele possui tensor. Postarei aqui depois o resultado
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