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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Tagima Vegas - análise


Olá amigos, sejam bem vindos!
Nesse texto vamos analisar o violão elétrico Vegas com cordas de nylon, da fabricante Tagima, empresa nacional que está no mercado desde a década de 90, já conhecida pelo seu comércio de guitarras, mas que de seis anos pra cá vem desenvolvendo instrumentos acústicos e novos segmentos como amplificadores, baterias, contrabaixos, microfones e outros.
Esse violão possui tampo em madeira spruce, braço e corpo em natowood, a expessura do corpo é de 9,8cm com abertura oval e cutway. Apresenta duas versões de captação ativa. O modelo mais simples 7545R sem afinador, vem com equalizador de quatro bandas para grave, médio, agudo e presence, além dos botões para volume e checagem de bateria. A segunda opção, o TEQ5, traz afinador cromático com visor em led verde e botões power, pitch, mode e note, mais o equalizador de cinco bandas para médio, grave, agudo, presence e brilliance, esse último ressalta o som deixando o timbre mais aberto e agudo.
Em ambos equalizadores a duração da bateria de 9voltz é longa e satisfatória, ou seja, será muito difícil vocês ficarem na mão tocando com ele plugado, pois mesmo com pouca carga o som não perde qualidade no volume e timbre.
O braço é de escala em rosewood com marcação white dots (bolinhas), tem acabamento com friso e 20 trastes, também possui tensor de regulagem, sua largura na primeira casa é de 5cm, um pouco mais estreito que os padrões regulares. As tarrachas são douradas com acionadores perolados e seguram bem a afinação. O rastilho e o nut são de material sintético.
Apresentado em diversas cores, inclusive rosa, o acabamento do instrumento é muito bom. O detalhe da abertura do corpo e seus frisos são bem feitos, assim como o vernis e polimento. O ponto negativo é que o fim do encaixe do braço na parte traseira do corpo também é da cor do friso, tirando a estética da madeira. Outro ponto ruim é que o detalhe em cima do cavalete, onde se amarram as cordas vem com um adesivo que com pouco tempo de uso se descola.
No geral seu som é limpo, claro e define bem cada nota, tanto nos solos como acordes, porém muito baixo, comparado com violões de modelo tradicional padrão ele fica para trás, mesmo usando cordas de alta tensão. Plugado ele funciona bem e a equalização é bem perceptível, no caso do modelo com afinador, este possui boa precisão das notas. O único detalhe é que seu sistema de volume na captação só funciona bem até a metade do ganho, caso passado disto começam a aparecer microfonias e apitos.
Seu braço é bem macio e se assemelha com as dimensões de um braço de guitarra, é bem fino na primeira casa, para músicos eruditos, ou quem toca choro e flamenco não é uma boa escolha, pois os dedos esbarram muito nas cordas devido o curto espaço entre elas e isso atrapalha muito o desenvolvimento das músicas, mas para aqueles que gostam de tocar, pop, sertanejo ou rock acústico ele funciona bem, inclusive com uso de power chords mesmo sendo com cordas de nylon da pra se tocar tranquilo e até mesmo usar efeitos como reverb, chorus e delay.
Na parte da mão direita o espaço entre as cordas é confortável, dá para tocar com palheta ou dedos perfeitamente. A altura das cordas no braço é baixa e isso torna o instrumento mais macio.
Muitos guitarristas que gostam de praticar seus exercícios em casa ou no camarim podem adquirir o Vegas como uma nova opção, assim como executar músicas com partes acústicas ao vivo. Por ter cordas de nylon ele é mais leve e permite que usemos a afinação standard, diferente dos violões com cordas de aço que em muitos casos são afinados meio tom abaixo para facilitar a performance.
É possível executar até mesmo bens e tappings, mas em ambos os casos o instrumento deve estar plugado, quando desligado o som não sai forte, no caso, se o músico esta sendo acompanhado por outras pessoas ou até mesmo usando playback terá pouca definição com essas técnicas. Com técnicas de hammer e pull off mesmo desplugado o som aparece nítido.
No geral o Vegas é leve e confortável, tanto para se tocar em pé como sentado, ele não pesa muito. A abertura do cutway no corpo é bem feita e como a décima segunda casa fica mais a frente do limite entre braço e corpo é possível alcançar todas as casas da escala com facilidade. Para os músicos que gostam de solar em notas mais agudas com esse violão não haverá problema.
Este instrumento pode ser uma boa pedida para guitarristas que querem manter seu estilo usando cordas de nylon, mas ele também pode ser indicado para estudantes e músicos amadores.
Seu valor no mercado gira em torno de 400 Reais, um pouco abaixo da média dos violões com essas configurações, em geral é encontrado com mais frequência o modelo com afinador embutido. Pelo seu acabamento e construção, além do timbre e boa empunhadura para tocar ele vale seu preço.
Para os textes com o instrumento desplugado foram usadas duas salas, uma com e outra sem isolamento acústico, não houve diferença de timbre ou volume em ambas as salas. Para as análises feitas com o Tagima Vegas plugado foram usados dois amplificadores Laney, o modelo L20T valvulado com reberb para guitarra e o LA30C com transistor para violão.
O som ficou bem mais aveludado e limpo, por motivos óbvios, no amplificador para violão, no caso do amplificador valvulado para guitarra o som saiu distorcido e com picos de frequências principalmente nos ataques da palheta e acordes com seis cordas. Ou seja, ele pode até ser usado em amplificadores de guitarra, só que pra isso deve ser um amplificador transistorizado mesmo assim o som não ficará 100%.
Para as análises feitas com computador foi usado uma interface Fast Track 2 da M-Audio conectada num iMac com software Pro-Tools. Para gravar e usar os efeitos do software o timbre do violão ficou bem neutro, nem muito agudo nem muito grave, no caso para se obter uma boa sonoridade em gravação com esse sistema será necessário o uso dos recursos do Pro-Tools ou outro software.
O último sistema usado para teste foi ligar emuma mesa de som da Mackie modelo PRO FX8 de duas formas: a primeira plugando o instrumento diretamente na mesa e a outra microfonando o mesmo usando um SM57 da Shure, neste caso a segunda opção foi a melhor, pois pegava o som da madeira e da sala ressaltando os harmônicos naturais do instrumento.
Em resumo o Tagima Vegas nylon é um bom violão, levando em conta seu preço e os recursos que ele fornece. Em cada um dos seus aspéctos ele funciona bem mas com um ou outro detalhe que poderia ser aperfeiçoado, mesmo assim este instrumento é bem construído e pode ser aproveitado de diferentes formas com resultados satisfatórios.
Segue o link pra vocês tirarem suas dúvidas! 
http://www.youtube.com/watch?v=noud-WtAttY
Tiago Maciel

5 comentários:

Unknown disse...

Estava indeciso em comprar um violão pois estou aprendendo... muito obrigado pelas informações,já sei qual violão comprar!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Estou em dúvida entre o Tagima Vegas e o Ventura... o vegas me pareceu mais confortável de tocar...

Unknown disse...

Olá Tiago,

Primeiro, parabéns pelo post muito esclarecedor e instrutivo.

Tenho a mesma dúvida do alexandre(acima). Vegas ou Ventura? Eu já gostei um pouco mais do Ventura.

obrigado.

Unknown disse...

Olá. parabéns pelo review!!

Comprei esse violão, porém estou sentindo mesmo que ele é muito baixo quando desplugado. Irei trocar as cordas para alta tensão pra vê se melhora um pouco. Mesmo você dizendo que não melhora mas vou arriscar talvez uma hard tension, já que ele possui tensor. Postarei aqui depois o resultado